Situação do Hospital Evangélico é discutida em assembleia convocada pelo MPT

(Curitiba, 25/11/2016) Cerca de 50 representantes de instituições e entidades participaram, na última quinta-feira (24 de novembro), de assembleia convocada pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) para dar conhecimento das medidas de gestão adotadas a partir da decretação da intervenção judicial no Hospital Universitário Evangélico de Curitiba e da crítica situação financeira atual que levou à paralisação temporária e parcial dos serviços de saúde, bem como para que a sociedade e o poder público colaborem para a superação da crise e retomada integral da prestação dos serviços de saúde. Foram convidados representantes de diversas associações, conselhos, bancos, secretarias (municipais e estaduais), organizações não governamentais, entidades filantrópicas, ministérios públicos Estadual, Federal e do Trabalho, Tribunal do Trabalho, além de funcionários do hospital.

O Hospital Universitário Evangélico de Curitiba está sob intervenção judicial desde 17 de dezembro de 2014, a pedido do MPT-PR em ação civil pública. “Desde a intervenção até hoje já conseguimos perceber avanços significativos. Mas ainda há muito para ser feito”, afirma a procuradora do trabalho responsável pelo processo, Patrícia Blanc Gaidex.

De acordo com a procuradora, a difícil situação financeira pela qual passa o Hospital é resultado de anos de má gestão. Desde a intervenção, foi implementada uma gestão com medidas de controle de custos, transparência, levantamento de dívidas e uma nova hierarquia financeira para garantir o funcionamento e atendimento à população.  Entre as consequências da intervenção estão a regularização do pagamento dos funcionários e honorários médicos, recolhimento do FGTS e contribuições previdenciárias, o pagamento de rescisões trabalhistas e a readequação de atribuições dos funcionários, entre outras. “Sem a intervenção, havia uma possibilidade concreta de o hospital ter encerrado suas atividades”, diz Patricia Gaidex. “Agora, é necessário que a nova gestão municipal traga recursos financeiros ao Hospital Evangélico para viabilizar sua sobrevivência e prossiga nas tratativas administrativas já iniciadas junto ao Ministério da Saúde até que o aumento de receitas se efetive e permita o almejado equilíbrio financeiro.”

Dívida – O Hospital Evangélico tem, hoje, uma dívida de mais de R$ 300 milhões. Para “sobreviver”, mensalmente precisaria de R$ 15 milhões. No entanto, recebe apenas R$ 10 milhões do Fundo Nacional de Saúde. Este mês, os funcionários que ganham até R$ 1.600,00 receberam seus salários – já com 15 dias de atraso, cerca de dois terços do total. Há previsão de pagamento para os demais na semana que vem, mas não há com relação ao 13º. O interventor do hospital, Carlos Alberto Senna da Motta, afirma que somente um aporte emergencial, num valor de R$ 3 milhões, poderia ajudar o hospital a fechar as contas nesse momento. 

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