Fortalecimento da agroecologia é destaque em Seminário Internacional realizado em Curitiba

(Curitiba, 9/12/2022) Centenas de estudantes, pesquisadores, agricultores e representantes de movimentos sociais e de entidades públicas e privadas participaram, entre os dias 7 e 9 de do III Seminário Internacional para discutir o fortalecimento da agroecologia e as consequências dos agrotóxicos à saúde humana e à natureza. O evento foi realizado em formato híbrido pela primeira vez: no auditório do campus Rebouças da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, e com transmissão ao vivo pelo canal do MPT-PR no Youtube.

O seminário é uma iniciativa dos Fóruns de Combate ao Uso dos Agrotóxicos no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas conta com uma grande rede de colaboração em sua organização e execução (veja lista abaixo).

A procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) e coordenadora do Fórum de Combate ao Uso do Agrotóxico no Paraná, Margaret Matos de Carvalho, foi a anfitriã do seminário e comentou sobre o destaque dado à agroecologia no evento deste ano. “Todo nosso material e nossas discussões foram pensados para destacar o fortalecimento à agroecologia e para colocar o agrotóxico longe da gente. Queremos destacar o que é positivo – e o que é, de fato, nosso objetivo: a produção de alimentos saudáveis”, explicou durante a abertura oficial do evento. E complementou: “Não podemos mais aceitar a contaminação provocada pela pulverização aérea, a contaminação da água e dos alimentos.”

O subprocurador-geral do Trabalho e coordenador do Fórum Nacional de Combate aos Impacto dos Agrotóxicos, Pedro Luiz Gonçalves Serafim da Silva, ressaltou a importância da representatividade de movimentos sociais no evento, porque “o agrotóxico é um problema da sociedade toda: do campo, da cidade, da indústria, do poder público”.

O diretor de Educação da UFPR, Marcos Alexandre do Santos Ferraz, representando a reitoria da Universidade, corroborou com o comentário de Serafim, e enfatizou a importância em poder receber importantes discussões para a sociedade paranaense e brasileira. “Temos nos esforçado em tornar este campus – o mais novo da UFPR – o mais inclusivo possível. Por isso, a importância em receber debates tão relevantes para a sociedade brasileira.”

Também participaram da mesa de abertura do seminário: o vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho no Paraná, desembargador Arion Mazurkevic; o promotor de Justiça Sérgio Luiz Cordoni, do Centro de Apoio Operacional (caop) de Proteção ao Meio Ambiente; o o auditor e chefe da fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho, Bruno Carlos Wanderley; o secretário da comissão de Direito Ambiental OAB-PR, Gustavo Henrique Brandalise; o representante da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Roberto Baggio; o deputado Jorge Gomes de Oliveira Brand (Goura), da Frente Parlamentar Ambientalista do Paraná; Bernardo Vergopolem, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado do Paraná (Fetraf); e Francisca Benite, liderança feminina guarani e participante do grupo da agrofloresta de cultivos agroecológicos.

Palestras – Durante os três dias de seminário, foram apresentadas diversas palestras trazendo informações e promovendo discussões em vários temas ligados à agroecologia e às consequências do uso de agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente.
A primeira conferência foi com a professora e doutora em Geografia pela USP, Larissa Bombardi. Diretamente da Bélgica, ela apresentou um panorama da geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e suas conexões com a União Europeia. Também no primeiro dia, João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, trouxe reflexões sobre as consequências do projeto do agronegócio para a população e o desafio de produzir alimentos saudáveis e cuidar da natureza.

Nos demais dias, além de apresentação de pesquisas sobre agrotóxicos e agroecologia, foram promovidas discussões sobre: regulação dos agrotóxicos e a vigilância popular da saúde das populações expostas a estes produtos; desenvolvimento da agroecologia no Brasil e América Latina; fortalecimento da rede das guardiãs e os guardiões das sementes crioulas; e segurança alimentar e o papel da vigilância na saúde dos trabalhadores, trabalhadoras e populações expostas.

Lançamento de documentário e de livros – Durante o Seminário, foi lançado o documentário "Travessias em busca da agroecologia", do professor, pesquisador e cineasta Beto Novaes. Assista aqui a um trailer do filme: https://www.youtube.com/watch?v=MNMkXtXTG4I

Também foram lançados os livros “Desastres sócio-sanitário-ambientais do agronegócio e resistências agroecológicas no Brasil” (organização de Wandereli Antonio Pignati, Marcia Leopoldina M. Correa, Luis Henrique da Costa Leão, Marta Gislene Pignati e Jorge Mesquita Huet Machado) e “Agrotóxicos e violações de direitos humanos no Brasil -Denúncias, fiscalização e acesso à justiça”, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e Terra de Direitos.

Pesquisas e feira – Antes da abertura oficial do Seminário, estudantes e pesquisadores já selecionados fizeram apresentações de pesquisas sobre agroecologia e agrotóxicos. Além disso, houve ainda uma feira permanente de produtos agroecológicos e espaço para troca de sementes.
Organização e produção – Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), Associação Paranaense dos Expostos ao Amianto e Vítimas de Agrotóxicos (Apreaa), Observatório dos Sistemas Tradicionais e Agroecológicos da Erva-Mate, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Paraná e Santa Catarina (Fetraf-PR/SC), Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva/UFPR, Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (Neast/UFMT), Observatório do Uso de Agrotóxicos e Consequências para a Saúde Humana e Ambiental no Paraná – UFPR, Terra de Direitos, Fórum Paranaense Contra os Agrotóxicos, Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, Associação Brasileira de Agroecologia (ABA)¸Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Movimento Ciência Cidadã, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Apoiadores – AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, Coletivo Triunfo, DESER/ICAF, Ecoaraucária, Instituto Federal do Paraná (IFPR)/Campi União da Vitória e Irati, Unicentro e Centro de Desenvolvimento e Educação dos Sistemas Tradicionais de erva-mate (Cederva).

Assista a todas as palestras no Canal do MPT-PR no Youtube: https://www.youtube.com/mptparana

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