MRV é condenada em R$ 6,7 milhões por trabalho escravo

Campinas – A Justiça do Trabalho de Americana (SP) condenou a construtora MRV Engenharia ao pagamento de R$ 4 milhões de indenização por danos morais pela prática de trabalho escravo, em ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT). Além desse montante, a empresa deverá pagar multa de R$ 2.620.000 pelo descumprimento de uma liminar, e mais 1% do valor da causa por litigância de má-fé (intenção de prejudicar a correta instrução do processo), equivalente a R$ 100 mil. Os valores totalizam R$ 6.720.000.

Em fevereiro de 2011, uma ação conjunta do MPT e do Ministério do Trabalho e Emprego flagrou 63 trabalhadores em condições análogas à de escravo na construção do condomínio residencial “Beach Park”, em Americana, que recebia, à época do inquérito, verbas federais do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Os migrantes eram contratados diretamente pelas terceirizadas M.A Construções e Cardoso e Xavier Construção Civil, que prestavam serviços em áreas consideradas atividades-fim da empresa.

A ilicitude da terceirização de atividades-fim nas obras investigadas no inquérito do MPT, atribuída pelos procuradores como fonte de precarização do trabalho, também foi reconhecida pelo juízo na sentença.

Decisão – “Com relação às alegações de que não há legislação no país limitando o instituto da terceirização, esclareço que, em verdade, a terceirização é tolerada no Brasil e apenas em determinadas circunstâncias, muito diferente do alegado. Ademais, a ré ignora que a jurisprudência é fonte de direito, sendo a súmula dotada de verdadeiras características de lei – generalidade, impessoalidade e abstração. Outrossim, beira a má-fé a alegação de que, simplesmente por não existir legislação específica sobre o tema, todo e qualquer tipo de terceirização seria permitida. É indubitável que esta prática acarreta a precarização dos direitos trabalhistas e, consequentemente, ataca diretamente preceitos constitucionais fundamentais”, pontua a decisão.

A ação civil pública é resultado de dois inquéritos civis instaurados pelo MPT, que constatou dano a operários que trabalhavam por intermédio de empresas prestadoras de serviço inidôneas.

Precarização – A contratação de mão de obra era feita por intermédio de “empreiteiras” subcontratadas pela construtora, na tentativa de transferir a responsabilidade trabalhista a essas pequenas empresas. O resultado foi o não pagamento de salários, alojamentos e moradias fora dos padrões legais, aliciamento de trabalhadores, entre outras irregularidades graves.

Na sentença, o juízo mostra seu convencimento acerca da existência de trabalhadores em condições análogas às de escravos. Segundo a sentença, o fato se agrava por se tratar de obra do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal.

Diante da grave situação, a Justiça deferiu o pedido do MPT relativo à expedição de ofício ao Ministério das Cidades e às Superintendências Regionais e Nacionais da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, “uma vez que o numerário público não pode, mesmo por via indireta, sustentar a manutenção de trabalho escravo”.

Destino das multas – A indenização de R$ 4 milhões será destinada às instituições Seara Serviço Espírita de Assistência e Recuperação de Americana (30%), APAE de Americana (20%), APAE de Nova Odessa (20%), Lar dos Velhinhos São Vicente de Paulo (10%), Associação Ecumênica dos Portadores de HIV de Americana (10%) e Associação Beneficente Residencial Evangélico Benaiah (10%). A multa por descumprimento de liminar de R$ 6.620.000 será destinada ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e a de R$ 100 mil por litigância de má-fé será revertida à União.

Caso a MRV descumpra a sentença, pagará multa diária de R$ 1 mil por item. Cabe recurso ao Tribunal Regional do Trabalho.

Processo nº 0002084-28.2011.5.15.0007

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MPT é destaque em duas categorias no Prêmio CNMP

Brasília – Mais de duzentas pessoas acompanharam na tarde da terça-feira (6) a solenidade de entrega do Prêmio CNMP, criado para dar visibilidade aos programas e projetos do Ministério Público que mais se destacaram na concretização dos objetivos do Planejamento Estratégico Nacional da instituição. Dois projetos do Ministério Público do Trabalho (MPT) estão entre os vencedores: Políticas Públicas de Combate ao Trabalho Infantil e o PCD Legal.

O Procurador-Geral do Trabalho, Luís Camargo; a subprocuradora-geral do Trabalho Ivana Auxiliadora Santos; o coordenador nacional de Combate ao Trabalho da Criança e do Adolescente, Rafael Dias Marques; a coordenadora nacional de Promoção da Igualdade, Andrea Lino Lopes; e os procuradores do Trabalho e Sueli Teixeira Bessa e Djailson Martins Rocha participaram da solenidade.

Políticas Públicas – O projeto Políticas de Combate ao Trabalho Infantil ficou em segundo lugar na categoria Indução de Políticas Públicas. “Este projeto é de fundamental importância, pois não se erradica o trabalho infantil sem fomentar políticas públicas. Por isso o reconhecimento do CNMP demonstra que o MPT está no caminho certo”, comentou a procuradora Sueli Bessa, primeira gerente nacional do projeto, iniciado em 2011.

O projeto é desenvolvido por meio de inspeções em municípios para avaliar políticas de combate ao trabalho infantil. O objetivo é garantir a realização de ações e serviços essenciais ao combate do trabalho infantil e proteção do adolescente.

PCD Legal – Para o procurador Djailson Martins Rocha, que recebeu a menção honrosa pela iniciativa do PCD Legal, “é muito bom que o CNMP esteja olhando para o que o Ministério Público está fazendo além das ações de combate”. “É importante que os projetos desenvolvidos em benefício da coletividade também sejam reconhecidos”, comentou. Rocha é o coordenador do projeto, que visa a aproximar o MPT da sociedade e oferecer conhecimento acessível a pessoas com deficiência sobre temas importantes e necessários ao exercício da cidadania, como os direitos do trabalhador.

O Procurador-Geral do Trabalho, Luís Camargo, ressaltou o fato de que os dois projetos nacionais do MPT premiados são recentes. “O MPT está muito feliz com a premiação, pois os projetos estão sendo desenvolvidos há apenas dois anos e já conquistaram um reconhecimento tão importante.”

Prêmio CNMP – Das 414 iniciativas concorrentes ao Prêmio CNMP, 24 foram contempladas com primeiro, segundo e terceiro lugar nas seguintes categorias: Defesa dos Direitos Fundamentais; Transformação Social; Indução de Políticas Públicas; Diminuição da Criminalidade e Corrupção; Unidade de Eficiência e Atuação Institucional e Operacional; Comunicação e Relacionamento; Profissionalização da Gestão; e Tecnologia da Informação. Além disso, 11 projetos mereceram menção honrosa.

ASCOM - MPT

Inscrições para estágio em Direito no MPT-PR terminam no próximo dia 9

Curitiba - As inscrições para o processo seletivo de estágio na área de Direito no Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) terminam no próximo dia 9 de agosto e devem ser feitas na sede do MPT-PR, das 13h às 18h, localizada na Av. Vicente Machado, 84, no centro de Curitiba.

A seleção destina-se à formação de cadastro de reserva para Curitiba e demais sedes do MPT, como Cascavel, Campo Mourão, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco, Ponta Grossa e Umuarama.

O programa de estágio MPT-PR tem como objetivo proporcionar a preparação do estagiário para a empregabilidade, para a vida cidadã e para o trabalho, por meio do exercício de atividades correlatas à formação profissional pretendida pelo estudante, em complementação ao conhecimento teórico adquirido na instituição de ensino.

A bolsa é de R$ 800 e auxílio-transporte no valor de R$ 7 por dia de efetivo estágio realizado.

Podem participar estudantes que tiverem concluído 40% da carga horária ou dos créditos do curso e regularmente matriculados em instituições públicas ou privadas de ensino superior conveniadas com o MPT-PR.

Outras informações podem ser obtidas nos editais publicados no site: www.prt9.mpt.gov.br, no link estágio ao lado esquerdo da página.

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Mediação do MPT entre entidades médicas estabelece providências em relação à paralisação da categoria

Curitiba - Na tarde desta terça-feira (23), o Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) realizou uma reunião de mediação entre várias entidades médicas para estabelecer algumas providências em relação à paralisação feita pela categoria. Estavam presentes a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Paraná (Fehospar), Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), Conselho Regional do Medicina (CRM) e Associação Médica do Paraná (AMP).

Segundo o Procurador-Chefe do MPT-PR, Ricardo Bruel da Silveira, que conduziu a mediação, o objetivo é garantir que, mesmo com a greve, o atendimento mínimo seja mantido, para que não haja prejuízo à população. O Procurador-Chefe ressaltou que todas as entidades médicas e unidades de saúde devem orientar quais procedimentos serão mantidos durante a paralisação, já que somente o atendimento eletivo será interrompido. 

Ficou acordado que as entidades deverão fazer uma Nota Pública explicando quais são os motivos da greve. A nota deverá ser veiculada na imprensa e em todos os hospitais e unidades de saúde, públicos ou privados, respeitando o tempo mínimo de 72 horas antes da paralisação. Também foi reiterado que 100% dos atendimentos de urgência e emergência em estabelecimentos que ofereçam esta atividade devem ser mantidos.

Nesta terça-feira, médicos de todo o Paraná paralisaram o atendimento eletivo. Segundo o calendário da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), outras duas paralisações já estão marcadas para a próxima semana, nos dias 30 e 31 de julho. A categoria protesta contra a Medida Provisória 621, que cria o Programa Mais Médicos, do governo federal. 

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MPT de Maringá realiza Fórum de Aprendizagem

Curitiba - Na última terça-feira (16), o Ministério Público do Trabalho de Maringá realizou mais uma reunião ordinária do Fórum de Aprendizagem, que acontece mensalmente.

O evento tem a finalidade de fomentar o desenvolvimento da Aprendizagem na região, orientando aprendizes, empresas e entidades formadoras. A Aprendizagem permite o ingresso do jovem no mercado de trabalho com qualificação.

Na reunião, um representante da Visolux falou sobre a experiência positiva da empresa com a aprendizagem e o SENAC/PR apresentou o projeto de Aprendizagem que será lançado em breve na modalidade Ensino à Distância.

Durante o evento, a coordenadora Neli Andonini, procuradora regional do MPT, recebeu uma homenagem dos integrantes do Fórum pelo trabalho desenvolvido e pelo exemplo de dedicação como profissional e mulher.

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